Lei dos motoristas Leis de trânsito

Confira as mudanças na Lei dos motoristas 

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Confira as mudanças na Lei dos motoristas 
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Atualizado em 25 de julho de 2023

No dia 30 de junho de 2023, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) tomaram uma decisão com 8 votos a favor e 3 contra que resultou na revogação de partes da Lei dos Caminhoneiros (Lei 13.103/2015). Essas partes tratavam sobre questões como a jornada de trabalho, os intervalos para descanso e a divisão do tempo de pausa para os motoristas. 

Essa determinação causou uma intensa controvérsia sobre os possíveis efeitos no setor de transporte de cargas e no setor rodoviário, bem como na economia em geral. Houve preocupações com relação ao aumento dos custos de frete e potenciais efeitos inflacionários. 

Diversos setores da sociedade têm dado atenção e realizado análises detalhadas sobre essa decisão do STF e suas implicações. Confira mais detalhes abaixo. 

    Afinal, o que é a Lei dos motoristas? 

    A Lei 13.103/2015, popularmente titulada como dos Caminhoneiros, regulamenta diversos aspectos da profissão de motorista de transporte rodoviário de cargas. Decretada em 2015, essa lei estabelece diversos direitos, deveres e condições de trabalho para os caminhoneiros. Além disso, abrange temas como a jornada de trabalho, tempo de condução no veículo, pausas para descanso, infrações e outras penalidades.  
     
    Dessa forma, seu principal objetivo é equilibrar as necessidades do setor de transporte com a segurança viária e a proteção dos direitos trabalhistas dos motoristas. Isso com o intuito de garantir a segurança dos serviços prestados. 

    Mudanças implementadas na Lei dos motoristas

    A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar dispositivos sobre jornada de trabalho, intervalos para descanso e do fracionamento do tempo de pausa para os motoristas resultou nas alterações ocorridas nesta legislação.

    A partir dessa decisão, deve-se considerar todo o tempo em que o motorista estiver à disposição, incluindo o período de espera para carregar e descarregar o caminhão, como jornada de trabalho. Entretanto, excluíram-se os intervalos para refeição, repouso e descanso da jornada de trabalho.

    Além disso, as autoridades proibiram que os motoristas descansem com o veículo em movimento, exigindo que o repouso seja feito com o veículo estacionado. Adicionalmente, estabeleceu-se um intervalo mínimo de 11 horas consecutivas, dentro de um período de 24 horas, entre as jornadas de trabalho dos caminhoneiros.

    Como isso impacta a jornada dos caminhoneiros? 

    A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular certos dispositivos da Lei dos motoristas relacionados à jornada de trabalho tem potencial para causar diversos impactos na rotina e nas condições de trabalho dos caminhoneiros. 

    Eliminação dos períodos de descanso: a eliminação dos períodos de descanso consiste em não considerar mais os intervalos destinados a refeições, repouso e descanso como parte das horas de trabalho dos caminhoneiros.

    Tempo à disposição: o período de espera para carregar e descarregar o caminhão será considerado integralmente como jornada de trabalho. Anteriormente, esse tempo de espera não era considerado parte da jornada; entretanto, agora passa a ser contabilizado como horas de trabalho para o motorista.
     
    Intervalos mínimos: foi estabelecido um intervalo mínimo de 11 horas contínuas dentro de um período de 24 horas entre as jornadas de trabalho dos caminhoneiros. Isso tem o propósito de garantir um tempo suficiente de descanso entre os períodos de trabalho, buscando melhorar as condições de saúde e segurança dos profissionais. 

    Repouso: outra mudança significativa é a proibição do repouso dos motoristas enquanto o veículo estiver em movimento. Agora, é necessário que o descanso seja realizado com o veículo estacionado, visando garantir o repouso adequado e seguro para o motorista. 

    Essas alterações têm o potencial de causar impactos significativos nas jornadas de trabalho dos caminhoneiros, uma vez que agora serão contabilizados o tempo de espera e os intervalos, que anteriormente não eram considerados como parte da jornada. Por outro lado, a exigência de descanso com o veículo estacionado pode afetar a rotina das viagens realizadas.

     Como essa decisão impacta o setor de transporte de cargas? 

    Essa decisão do STF pode causar importantes repercussões econômicas no âmbito do transporte rodoviário de cargas.  

    Um dos principais impactos esperados é o aumento dos custos operacionais da logística. Com a inclusão do tempo à disposição dos motoristas como parte da jornada de trabalho, os empregadores podem se ver obrigados a contratar mais profissionais para cumprir as horas estabelecidas. Isso acarretaria em um aumento nos gastos com encargos trabalhistas e mais despesas relacionadas à contratação de novos funcionários. 

    Além disso, a diminuição da produtividade e a necessidade de mais infraestrutura, como mais pontos de parada e descanso ao longo das estradas, podem demandar ajustes nas operações logísticas das empresas de transporte. 

    Outra consequência econômica é a necessidade de infraestrutura adicional, como áreas de parada e descanso ao longo das estradas. Contudo, a escassez de locais apropriados para o descanso e as deficiências na infraestrutura viária já existente no Brasil podem dificultar a implementação dessas mudanças.  

    Dessa forma, esses impactos econômicos podem levar ao aumento do valor do frete, uma vez que as empresas podem repassar aos clientes as despesas adicionais enfrentadas. Isso afetará diversos setores da economia que dependem do transporte rodoviário para a distribuição de produtos.  

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