Gestão de Transporte

4 dicas para análise de uma operação de transporte de cargas

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4 dicas para análise de uma operação de transporte de cargas
Hivecloud
Escrito por:
Atualizado em 19 de junho de 2024

Alta oferta de transportadoras, estrutura fragmentada e preços deprimidos são fatores bem conhecidos dos empresários do segmento e que estão diminuindo a rentabilidade do setor, o chamado “Ciclo Vicioso do Transporte de Cargas”.

Muitas empresas, com a ânsia de crescer rapidamente acabam iniciando a operações mesmo com baixa rentabilidade, o que acaba sugando a lucratividade.

Neste cenário, existem também as organizações que abandonam clientes com grande potencial por analisar de forma superficial e errada as características da operação.

Pensando nesses desafios enfrentados diariamente, separamos quatro pontos fundamentais que toda empresa de transporte de cargas deveria analisar antes de iniciar ou terminar um prestação de serviço de transportes. Acompanhe:

    Pontos fundamentais para análise

    1. Margem de contribuição do cliente

    A margem de contribuição é um elemento essencial na avaliação de desempenho da transportadora. Essa porcentagem expressa o valor que cada frete vendido precisa destinar para o pagamento de despesas fixas mensais da transportadora.

    É diferente de rentabilidade, já que muitas vezes uma operação não tem lucratividade, mas por ter margem de contribuição positiva, pode ser fundamental para o pagamento e rateio dos custos fixos.

    Desta forma, a interrupção de uma operação de transporte apenas por não ter lucratividade pode ser prejudicial para a transportadora, uma vez que a operação tem chance de apresentar margem de contribuição positiva e, nesse caso, a opção pelo fim do contrato seria uma decisão ruim.

    Para calcular a margem de contribuição, o gestor pode utilizar a seguinte fórmula:
    MC = [preço de venda – (custo variável + despesas comerciais) / preço de venda] x 100

    2. Ociosidade dos ativos

    Muitas vezes o valor do frete pode até parecer muito bom, mas os ativos estão subutilizados e geram baixa rentabilidade operacional. Por isso, é importante analisar a relação Frete/Peso (R$/KG) dos ativos utilizados em todas as operações do cliente.

    Caso se constate que uma mercadoria tem um bom preço de frete por quilo (quando comparada ao mercado) e a operação tem baixa rentabilidade, isto significa ineficiência operacional.

    Nesse momento, é preciso rever o planejamento e o contrato. Geralmente, esta ociosidade está relacionada a ausência de frete de retorno — ou seja, de forma unidirecional — e por isso o transportador deve analisar a possibilidade de parcerias para identificar a viabilidade da operação.

    Uma dica é a adoção de um sistema de operações focadas em reconsolidação de cargas alocadas em pontos estratégicos da rede. Dessa forma, os veículos também são utilizados na transferência de produtos entre os armazéns, otimizando o uso dos ativos da empresa e diminuindo a ociosidade.

    3. Risco da carga

    Embora o valor do frete de alguns tipos de carga seja mais alto que outras, os riscos de avaria, roubo ou danos aos equipamentos de transporte podem ser grandes e não compensar a rentabilidade da empresa.

    Para ter uma ideia do que o risco da carga pode representar para uma transportadora, os prejuízos decorrentes dos roubos de cargas no Brasil no ano passado chegaram a cerca de R$ 1,12 bilhões, segundo a NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística).

    Desses produtos, os mais visados pelos criminosos foram eletroeletrônicos, cigarros, produtos alimentícios, farmacêuticos, químicos e autopeças.

    Ou seja, além dos riscos de sinistro causados por roubo, as empresas precisam avaliar também custos específicos para transporte, a chance de que a mercadoria estrague ou quebre durante o percurso. Só depois disso é possível dizer se a operação é rentável ou se o alto valor do frete é mera ilusão.

    4. A importância estratégica do cliente

    Há várias situações em que a marca do cliente supera a rentabilidade imediata da operação. Lembre-se que um cliente pode ser âncora para outros clientes do setor, ou até mesmo para outros serviços. Se o valor cobrado pela operação é baixo mais agrega serviço de paletização, reembalagem, armazenagem ou outros, por exemplo, a lucratividade está garantida.

    Se a transportadora quer expandir as operações em um determinado segmento, o líder deste mercado pode ser o cliente ideal.

    Existe ainda a possibilidade de o cliente fazer parte de um grande grupo para o qual o transportador deseja vender seus serviços. Essa análise pode parecer um pouco imensurável a princípio porque costuma gerar o aumento da rentabilidade a médio e longo prazo, mas é essencial para quem quer crescer no segmento de operação de transportes.

    Sua transportadora analisa outro ponto de uma operação de transporte de cargas? Compartilhe com os leitores do blog!