Você já ouviu falar no Operador de Transporte Multimodal (OTM)? Nada mais é que a empresa responsável pelo transporte multimodal, ou seja, aquela que utiliza dois ou mais modais de transporte para levar a entrega de um lugar a outro.
Optar por esse tipo de operação pode trazer muitas vantagens para uma empresa, mas, por outro lado, também costuma trazer burocracias. Por isso, é fundamental entender suas caracteristicas e particularidades.
Neste artigo vamos te ajudar a entender essas e outras questões relacionadas ao operador de transporte. Boa leitura!
O que é um Operador de Transporte Multimodal?
O Transportador Multimodal (OTM) é uma pessoa jurídica, podendo ser uma transportadora, que é contratada como principal para transportar cargas multimodais da origem até o destino, tanto por seu próprio meio quanto por intermédio de terceiros.
Na prática, este operador assume a responsabilidade pela execução desses contratos, bem como pelos prejuízos causados por perda, danos ou avaria às cargas sob sua custódia, bem como por atraso na entrega dentro do prazo acordado.
Além do transporte, o OTM fica responsável por coletar, desunitizar, consolidar, desconsolidar, mover, armazenar e, por fim, entregar as mercadorias aos destinatários.
Onde pode atuar o OTM?
O OTM precisa ser habilitado e registrado na ANTT para conseguir realizar suas operações. Com essa autorização em dia, esse profissional pode atuar em:
– nacional: quando os locais de embarque e desembarque encontram-se dentro do território nacional;
– internacional: quando o local onde você pode decolar ou desembarcar fica fora do território nacional.
OTM x Operador Logístico: qual a diferença?
As diferenças entre o Operador de Transporte Multimodal e o Operador Logístico estão relacionadas a fatores como funções e responsabilidades que cada um deles desempenha dentro da cadeia de suprimentos.
O OTM é responsável por organizar e executar o transporte de cargas utilizando duas ou mais modalidades de transporte (por exemplo, rodoviário, ferroviário, marítimo, aéreo) sob um único contrato de transporte.
Ele é responsável por toda a operação de transporte, desde a origem até o destino final e deve garantir a integridade da carga durante todo o trajeto, independentemente das modalidades envolvidas. Esse profissional também é responsável por emitir um documento chamado Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas (CTMC), que cobre todo o transporte multimodal sob sua responsabilidade.
Já o Operador Logístico é responsável por gerenciar apenas a distribuição para quem contratou o serviço. Ou seja, ele é quem faz o contato entre cliente e prestador de serviço e diferente do OTM não fica responsável por todo o transporte.
Dúvidas comuns sobre OTM
Pode ser pessoa física?
Conforme a Lei 9.611/98 (art. 5º) e o Decreto nº 3.411/2000 (art. 3º, inciso III) o OTM só pode ser uma pessoa jurídica. No entanto, há exceções previstas em tratados, acordos ou convenções internacionais. Por isso, é indispensável conhecer as regras de cada localidade.
Ele deve possuir frota de veículos?
Não. Ele pode contratar frotas terceirizadas.
Precisa ter habilitação?
Sim. Todo OTM deve ser habilitado através da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Essa habilitação pode ser tanto nacional quanto internacional.
Quais as vantagens do Transporte Multimodal?
O Transporte Multimodal oferece diversas vantagens, especialmente quando se trata de otimizar a logística e reduzir custos na cadeia de suprimentos:
Redução de custos:
Utilizando diferentes modalidades de transporte (como rodoviário, ferroviário, aéreo, e marítimo), é possível escolher a combinação mais econômica para cada trecho da rota, reduzindo os custos totais de transporte.
Maior eficiência:
O planejamento coordenado do transporte multimodal permite uma maior eficiência nas operações logísticas. Isso se traduz em menor tempo de trânsito e menor risco de atrasos, já que as conexões entre os diferentes modos de transporte são planejadas de forma integrada.
Simplificação de processos:
Com o transporte multimodal, o embarcador lida com apenas um contrato e um operador responsável por toda a cadeia de transporte, independentemente das modalidades envolvidas. Isso reduz a burocracia e simplifica a gestão logística.
Responsabilidade unificada:
No transporte multimodal, o OTM é o único responsável por toda a operação, desde a origem até o destino final. Isso facilita a resolução de problemas, pois o embarcador tem um único ponto de contato.
Maior flexibilidade:
A capacidade de combinar diferentes modos de transporte permite maior flexibilidade para adaptar a logística conforme a necessidade, seja por questões de custo, tempo ou tipo de carga.
Melhor utilização de infraestruturas:
O multimodal permite aproveitar ao máximo as infraestruturas disponíveis, como portos, ferrovias e estradas, aliviando o congestionamento em um único modal e melhorando o fluxo de mercadorias.
Redução de impacto ambiental:
A possibilidade de utilizar modos de transporte mais sustentáveis, como ferrovias e hidrovias, pode reduzir a emissão de poluentes e o consumo de combustíveis fósseis, contribuindo para práticas logísticas mais sustentáveis.
Cobertura geográfica ampliada:
O uso de diferentes modais permite alcançar regiões de difícil acesso ou que não possuem infraestrutura para certos tipos de transporte, ampliando o alcance geográfico das operações logísticas.
E as desvantagens?
Apesar das diversas vantagens, esse tipo de transporte também apresenta algumas desvantagens que devem ser consideradas. Veja algumas das principais:
Complexidade operacional:
A coordenação entre diferentes modos de transporte pode ser complexa, exigindo um planejamento detalhado e uma comunicação eficiente entre os diferentes operadores envolvidos. A falta de integração entre os sistemas de informação dos modais pode dificultar essa coordenação.
Dependência de infraestrutura:
O sucesso do transporte multimodal depende de uma infraestrutura bem desenvolvida e conectada, como terminais intermodais, estradas, ferrovias, portos, e aeroportos. Em regiões onde essa infraestrutura é inadequada, o transporte multimodal pode não ser tão eficiente.
Riscos adicionais:
A transferência de cargas entre diferentes modais aumenta o risco de avarias, perdas ou danos, especialmente se a manipulação das mercadorias não for feita de forma adequada. Além disso, as operações de transbordo podem atrasar o transporte se não forem bem coordenadas.
Custos iniciais elevados:
A implementação do transporte multimodal pode exigir investimentos significativos em infraestrutura, tecnologias e capacitação. Isso pode ser um desafio para empresas que não têm recursos suficientes para fazer esses investimentos.
Burocracia e regulamentação:
Cada modal de transporte pode estar sujeito a diferentes regulamentações e exigências legais, o que pode aumentar a burocracia e os custos administrativos. Além disso, a obtenção de licenças e autorizações pode ser mais complicada quando se trata de transporte multimodal.
Limitações de capacidade:
Em alguns casos, a capacidade de certos modais pode ser limitada, especialmente em áreas rurais ou menos desenvolvidas. Isso pode resultar em gargalos e reduzir a eficiência do transporte multimodal.
Tempo de transporte prolongado:
Embora possa ser mais econômico, o transporte multimodal, em alguns casos , pode levar mais tempo, especialmente se houver múltiplas transferências de carga entre modais. Isso pode ser uma desvantagem para mercadorias que precisam ser entregues rapidamente.
Custos ocultos:
Mesmo que o transporte multimodal possa oferecer uma economia em termos de custo total, os custos associados a transbordos, armazenamento temporário, e seguros adicionais podem não ser imediatamente aparentes e podem aumentar o custo final.
Gostou de aprender mais sobre o Operador de Transporte Multimodal? Essa pode ser uma excelente estratágia para a sua empresa, desde que executada corretamente.
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