Abrir uma transportadora de carga costuma ser um desafio que envolve muitas etapas, que vão desde a formalização do negócio até a negociação com parceiros. Por isso, no meio do caminho é comum ver que muitos desistem.
No entanto, com as estratégias certas, é possível conquistar clientes, facilitar operações e ainda construir uma autoridade reconhecida no setor.
Se você precisa melhorar algum desses pontos, continue na leitura deste artigo. Ao longo do texto separamos algumas dicas práticas e acessíveis que vão lhe ajudar a melhorar sua gestão, oferecer serviços de qualidade e ganhar destaque em um mercado cada vez mais competitivo.
Torne-se um transportador dee destaque!
O que é e quais os tipos de Transportadora de Carga?
Uma transportadora de carga é uma empresa especializada no transporte de mercadorias e bens de um ponto a outro.
Ou seja, são empresas responsáveis por todo o planejamento, organização e execução do transporte, para que ele aconteça de forma eficiente, segura e, claro, dentro das normas regulamentadoras.
Por isso, essas empresas executam um papel essencial dentro de toda a cadeia logística, conectando fornecedores, fabricantes e consumidores.
Como definir os tipos de transportadoras de carga?
Geralmente, as transportadoras são classificadas com base no tipo de serviço prestado, no modal que opera ou conforme a especialização da carga que transporta.
Os principais tipos:
1. Modal de transporte
- Rodoviário: usa-se caminhões ou carretas para o transporte de mercadorias nas estradas. É o mais comum no Brasil devido à extensa malha rodoviária que possuímos.
- Ferroviário: quando o transporte de cargas é realizado por trens, sendo ideal para grandes volumes e cargas a granel, como minério e grãos.
- Aéreo: especializadas no transporte rápido de mercadorias, geralmente de alto valor agregado, por via aérea.
- Aquaviário: transporte porvia marítima, usado para grandes volumes e cargas intercontinentais.
- Dutoviário: transportam líquidos, gases e outros produtos específicos por meio de dutos.
2. Especialização de carga
- Carga fracionada: transportam pequenas quantidades de mercadorias de diferentes remetentes para diferentes destinatários, consolidando os itens no mesmo veículo.
- Carga lotação: realizam o transporte exclusivo de uma carga em um veículo, geralmente em grandes volumes.
- Carga perigosa: especializadas no transporte de materiais químicos, inflamáveis ou tóxicos, por isso precisam seguir normas específicas de segurança.
- Carga refrigerada: transporta produtos que necessitam de controle de temperatura, como alimentos e medicamentos.
- Carga a granel: transportam materiais soltos, como grãos, areia, cimento ou líquidos.
3. Escopo de atuação
- Local: operam em uma área geográfica mais limitada, como dentro de uma cidade ou estado.
- Nacional: atuam em todo o território de um país, conectando diferentes regiões.
- Internacional: realizam transporte de mercadorias entre países, lidando com procedimento alfandegários e legislação internacional.
4. Estrutura operacional
- Própria: pertencem a empresas que têm sua própria frota para atender às necessidades internas.
- Terceirizada: empresas independentes que prestam serviço de transporte para outras empresas ou indivíduos.
- Cooperativas: formada por um grupo de transportadores autônomos que trabalham de forma coletiva para atender demandas maiores.
O que é necessário para abrir uma transportadora?
Para abrir um negócio no ramo de transporte rodoviário é necessário seguir alguns passos. Confira abaixo:
Consulta e viabilidade do nome da empresa
Antes de registrar uma empresa, verifique se o nome escolhido já está em uso por outra que exerce a mesma atividade econômica.
Essa consulta pode ser feita na Junta Comercial do Estado e no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
Registro legal da empresa
Com o nome definido, o próximo passo é o registro! Essa formalização deve ser feita na Junta Comercial ou no Cartório de Registro de Pessoa Jurídica.
A partir desse processo, a empresa passa a existir legalmente, mas, calma! Apenas com isso a empresa ainda não está apta a operar.
Arquivamento do ato constitutivo
Após o registro, é feito o arquivamento do ato constitutivo, como o Contrato Social ou o Requerimento de Empresário, junto à Junta Comercial.
Por isso, é necessário apresentar documentos da empresa e dos sócios. A partir desse processo é gerado o NIRE (Número de Identificação do Registro de Empresa), que comprova o registro oficial.
Nessa etapa, os valores e prazos podem variar conforme o Estado, podendo ser consultados no site da Junta Comercial local.
CNPJ
Com o NIRE em mãos, o próximo passo é solicitar o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) no site da Receita Federal.
Nesse momento, é necessário indicar o “Transporte rodoviário de cargas” como atividade principal da empresa, utilizando a classificação correspondente na CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas).
Sendo assim, esse processo é necesário porque o CNPJ será utilizado em etapas posteriores.
Alvará de funcionamento
Esse documento autoriza a empresa a operar em um local específico e é emitido pela prefeitura ou pela Secretaria Municipal de Fazenda, além de contar com a aprovação do Corpo de Bombeiros.
Ele garante que a transportadora está apta a funcionar conforme as normas locais.
Inscrição Estadual (IE)
A Inscrição Estadual cadastra a empresa como contribuinte do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) junto ao estado.
Por isso, o processo deve ser realizado por um contador autorizado e pode ser feito online, dependendo do estado.
Registro na Previdência Social
Esse registro é necessário para que a empresa possa cumprir obrigações trabalhistas e pagar tributos relacionados aos funcionários, mesmo que inicialmente apenas os sócios estejam trabalhando.
O cadastro deve ser realizado na Agência da Previdência Social responsável pela região, dentro de 30 dias após o início das atividades.
Registro no RNTRC
O RNTRC (Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga) é obrigatório para empresas de transporte rodoviário e é regulado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
Sem esse registro, a empresa está sujeita a penalidades como advertências, multas e até cancelamento do cadastro.
Credenciamento na SEFAZ
Para emitir documentos fiscais como CTe (Conhecimento de Transporte Eletrônico) e MDFe (Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais), a empresa precisa estar cadastrada na SEFAZ (Secretaria da Fazenda) estadual.
Sendo assim, esse procedimento varia entre os estados e geralmente pode ser realizado online no site da SEFAZ correspondente.
Para começar a transportar, quais documentos são necessários?
Para realizar o transporte de mercadorias de forma regular, é necessário emitir os seguintes documentos fiscais e obrigatórios:
- Conhecimento de Transporte Eletrônico (CTe): registra a prestação do serviço de transporte;
- Documento Auxiliar do CTe (DACTe): versão simplificada do CTe, que acompanha a carga;
- Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDFe): consolida informações de vários CTes em uma única operação.
- Documento Auxiliar do MDFe (DAMDFe): versão simplificada do MDFe para apresentação durante fiscalizações.
- Nota Fiscal Eletrônica (NFe): emitida pelo remetente, atestando a regularidade da mercadoria transportada.
Esses documentos garantem a conformidade legal e a segurança durante o transporte, evitando multas e problemas com fiscalização.
Cenários do transporte rodoviário de carga no Brasil
Segundo o Caravela Dados e Estatística, até setembro de2024, o segmento do transporte de carga apresentou um saldo de empregos de 68,2 mil vagas de trabalho.
Ao todo, foram geradas 601,8 mil admissões e 533,6 mil desligamentos. Com isso, o setor apresentou uma variação de 5,76% no seu quadro total de trabalhadores.
Nesse cenário, os estados que acumularam maior variação de emprego durante o ano foram: São Paulo (26,71 mil novas vagas geradas), Minas Gerais (6,82 mil) e Paraná (5,61 mil).
Quando falamos de mercado de trabalho, são 109,8 mil estabelecimentos que geram estes empregos formais nesse setor. Além disso, esse segmento possui participação marcada por micro e pequenas empresas com uma média de 10,8 funcionários para cada empresa.
Os estados com maior participação no emprego são: São Paulo (30,7%), Minas Gerais (11,9%) e Paraná (9,1%).
No segmento, ainda, existem 576,8 mil microempreendedores individuais, o que faz com que o setor tenha uma representatividade bem alta em relação ao total de MEIs do Brasil.
Dessa forma, nos últimos 12 meses, houve um acréscimo de 87.644 MEIs, o que representa uma variação de 17,9%.
Assim, a estrutura do segmento é marcada pela presença de microempreendedores individuais, com cerca de 48,72 MEI para cada cem trabalhadores.
Como se destacar em meio à concorrência?
Ganhar destaque no setor de transporte exige um conjunto de práticas que evidenciem a eficiência e confiabilidade da transportadora.
Para isso, é fundamental investir na construção de uma boa reputação e na oferta de serviços personalizados.
Reputação e experiência
A história da transportadora e sua credibilidade no mercado são pontos essenciais.
Afinal, clientes buscam empresas que garantam profissionalismo e qualificação. Por isso, avaliações positivas de outros usuários reforçam a confiança.
Ferramentas como redes sociais e Google Meu Negócio são excelentes para isso.
Serviços de transporte
O transporte rodoviário é um dos mais importantes do setor, mas oferecer alternativas como transporte aéreo, marítimo e ferroviário amplia as possibilidades para atender diferentes tipos de cargas e necessidades específicas.
Planejamento de rotas e detalhes da carga
Ter clareza sobre as rotas e destinos das mercadorias também é indispensável. Por isso, obtenha informações detalhadas sobre a carga, como peso, volume e características especiais para garantir segurança e eficiência.
Cotação de frete e preços
A transparência no processo de cotação e cálculo do custo do transporte é um diferencial. Explicar como fatores como distância, tipo de carga e sazonalidade influenciam os preços ajuda o cliente a tomar decisões mais informadas.
Inovação e tecnologia
Investir em tecnologias como rastreamento em tempo real, sistemas emissore e de gestão de transporte (TMS) e inteligência artificial demonstra comprometimento com a eficiência e a segurança.
Segurança e confiabilidade
A integridade da carga sempre deve ser uma prioridade.
Por isso, medidas como monitoramento contínuo, seguro e protocolos de segurança devem ser evidenciados para reforçar a confiabilidade da transportadora.
Cobertura geográfica
A abrangência das regiões atendidas também é outro ponto muito importante.
Cidades como São Paulo, Minas Gerais e Brasília, por exemplo, são grandes polos de transporte e podem destacar o alcance da empresa.
Equipe e atendimento
Uma equipe bem treinada e capacitada reflete a qualidade dos serviços.
Por isso, oferecer atendimento acessível, com canais ágeis e horários flexíveis, fortalece a relação com os clientes.
Na prática, para se destacar, a transportadora deve sempre aliar qualidade e inovação, garantindo serviços confiáveis e adaptados às necessidades dos clientes.
Asinal, com um foco claro em qualidade e relacionamento, é possível conquistar e manter uma posição relevante no mercado.
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